“O Evangelho da Festa de Santa Maria Madalena (cf. Jo 20,1-2.11-18), que foi celebrada ontem (22/07/2020), evidencia duas realidades: o amor dessa serva pelo seu Senhor e a missão de anunciar o Ressuscitado aos discípulos”. Um dia depois de a Igreja Universal celebrar essa festa, Rosa Alves de Lima, Dona Rosinha, como era conhecida, celebrou seu encontro definitivo com Jesus! Como a “Apóstola dos Apóstolos”, acredito que essa mulher de aparência frágil e delicada – e por isso, Rosinha – tinha também essas qualidades. Era uma grande mulher, simples, de personalidade forte, amiga de Jesus, catequista, missionária, irradiava paz e alegria (sinais de uma vida santa e feliz) por onde passava.
Lembro-me dela desde os anos 1980, quando, incansavelmente, vinha até nossa comunidade de São Cristóvão, em Pará de Minas, para preparar as celebrações nos finais de semana. Sei que seu apostolado foi muito maior. Desde a década anterior, catequizou crianças e jovens debaixo das árvores, por falta de um lugar mais adequado. Essas e outras dificuldades, próprias da época, não a impediram de anunciar o Jesus que tanto amava. Sua missão produziu muitos frutos. Ajudou construir o salão para acolher a comunidade, a catequese e as celebrações e depois a Igreja de São Cristóvão. Com certeza, as comunidades de São Cristóvão, de Santa Rita de Cássia e de São Geraldo se solidificaram como comunidades de fé, tendo como base o trabalho missionário dessa mulher, incansável diante da concretização das coisas do Reino. Terminada sua missão com essa porção do Povo de Deus foi “lançar redes” noutros lugares e ajudou também na edificação na comunidade de Santa Clara, no bairro Padre Libério. Em gratidão pelo bem que nos fez, a Comunidade de São Cristóvão prestou-lhe uma simples homenagem, nomeando o salão, que ela ajudou a construir para acolher as celebrações, com seu nome.
Nos últimos anos, encontramo-nos várias vezes nas reuniões da Confraria Nossa Senhora da Piedade, associação da qual fazia parte a décadas. A cada encontro, meu coração enchia de alegria e agradecimento, pois, com certeza, minha vocação, em parte, foi semeada e cultivada por ela, que, afinal de contas, catequizou àquelas que no futuro próximo vieram a ser minhas catequistas. Tive a graça de poder, na primeira missa que presidi como padre novo, em 27 de outubro de 2012, rezar em ação de graças por intenção dela e de tantos homens e mulheres que colaboraram com a edificação da comunidade na qual vivi minha fé e da qual saí para servir à Igreja como presbítero. Hoje louvo a Deus pela vida e pela vocação cristã dela.
Com certeza ao encontrar-se com o Senhor, que anunciou com tanto vigor, que é Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6), ela pode dizer-lhe, como o Apóstolo, “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,6). Por tudo que fez pela Paróquia e pela Confraria Nossa Senhora da Piedade, por minha família e pela Igreja de Cristo, não tenho outra coisa a dizer senão: Obrigado, Dona Rosinha!
Autor: Pe. Lúcio Camargos
Diretor Espiritual da Confraria Nossa Senhora da Piedade
Coordenador Diocesano de Pastoral
Diocese de Divinópolis – MG
Fonte: www.diocesedivinopolis.org.br